sexta-feira, janeiro 28, 2005

Invisível

Eu tentei agarrar mas não alcancei
Mesmo não vendo, ainda assim tentei
Uma mão pairando num vazio
Que me deixa desamparado neste frio
Mesmo com um grito cortante de desespero
Não desarma a altivez com que me encara
Não vejo mas sinto-a afastar-se de cada vez
Que me tento amparar, virando-me a cara
Procuro o seu inóspito e invisível calor
Tento abraçar quem me estende a mão
Mesmo sem saber quem me fita
Sei que não me ajuda a levantar do chão
Deixa-me abandonado, desamparado
Só com as minhas lágrimas amargas
Que pouco conseguem contra a minha sede
De conseguir alcançar quem me impede
Em vão tento fitar bem dentro dos olhos
De quem não consigo ver, quem não me olha
Apenas da presença que sinto em meu redor
Que sabe da inutilidade de todo o meu amor
Mas ninguém mais tenho a quem o dar
Ninguém nunca sequer de lado o contemplou
Nem sequer para o tentar afastar
Pois nunca ninguém sequer alguma vez me amou
Confinado a fantasmas, que mesmo assim
Me rejeitam a réstia de esperança em amar
Fantasmas que sequer olham para mim
Ou sequer a mão me oferecem a dar

Tem estado muito sol...mas temo que as nuvens estejam a regressar em mim
Abrações Grandões

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