segunda-feira, fevereiro 21, 2005

A Vida é assim...

A Vida é assim...não há volta a dar-lhe. Temos que nos resignar às vicissitudes que estão no nosso contrato. Muitas pessoas dizem não acreditar no destino...eu próprio tenho uma ideia pouco convencional acerca do assunto...mas não há dúvida alguma que em última instância o temos à partida traçado...e todos o partilhamos sem que o possamos contornar. É como um castelo de areia...tão frágil...temos os baldes, as pás, os ancinhos, somos dotados dos instrumentos que precisamos para o construir...cada qual constrói à sua velocidade, ao seu jeito, mais perfeito menos perfeito, desta forma ou de outra...no final acaba sempre por desmoronar-se...ou vem a onda que já o invejava há muito, ou mesmo o inveja à partida e para ele acorre sem que tenha ainda as muralhas bem construídas, as janelas feitas pelos dedos...ou então somos nós próprios que o destruímos, seja porque não nos agrada os contornos, seja porque algo não correu como esperado...ao longo da sua construção algumas muralhas podem cair, mas podemos sempre insistir e persistir, sem cessar de construir, sempre almejando tocar o céu com tão frágil matéria...seja como for o destino dele é ser engolido pelas vagas e arrastado para onde jazem já todos os outros castelos que o antecederam. No fundo também nós não temos alicerces alguns bem fundados que nos possam aguentar por muito, também nós nos construímos à superfície, sobre mera areia que escorrega por baixo de nós quando menos esperamos, mais tarde ou mais cedo seguimos a corrente do mar que nos rodeia e que nos derruba as muralhas.
É como um livro cuja primeira e última linha estão já escritos, como um caminho que à partida desconhecemos mas sabemos onde vai desembocar, embora ignoremos as curvas e cruzamentos que vamos atravessar e que até nos poderão levar mais rapidamente ao nosso destino...A Vida é assim e não há volta a dar-lhe...
Quero procurar o caminho maior, evitar atalhos pela floresta...quer ver a luz do Sol ao longo do caminho, e quero andar devagarinho...Quero construir um muro grosso de areia em volta...quero manter longe o mar e lutar para que me não invada...só quando as minhas paredes e muralhas estejam já fracas e velhas, bem erodidas pelos elementos, em ruínas...mesmo assim resistirei até ao último grão de areia.
Por enquanto vou meter mãos obras e construir-me o mais forte, resistente e bonito castelo de areia que conseguir, escrever o maior livro que eu for capaz, caminhar pelo caminho mais longo que encontrar...mesmo que por instantes chegue a cortar os pés nas pedras que se metam no caminho. Por enquanto vou meter mãos à obra e esforçar-me por ajudar quem amo a construir o mais forte, resistente e bonito castelo que conseguirmos, escrever o maior livro que formos capazes, caminhar com eles pelo caminho maior que encontrarmos até o finzinho de tudo...alisar o caminho e afastar as pedras que possam cortar os seus pés durante a caminhada.
Amo-vos a todos
Abrações Grandões

1 Comentários:

Comentários Hoje At 10:31 da tarde, Blogger Rita Costa comentou...

Na semana de vida que este post tem, já o li três vezes... E em todas elas uma lágrima rebelde ficou a espreitar por entre as minhas pestanas. Tocou-me, bem fundo!... Não encontro palavras que possam exprimir os sentimentos despertos em mim, mas fica para o registo: adorei!
Beijinhos

 

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