terça-feira, agosto 16, 2005

Eu

Quanto me fazem falta as palavras quando delas mais preciso
Quanto me faz falta a coragem para os gestos sinceros que quero ter
Quando se avizinha o momento oportuno (não será ele sempre)
Quantas vezes me quedo apenas por um simples sorriso
Que não encerra em si, nem metade do que quero dizer

Quantos beijos, abraços, simples toques de uma mão
Me escaparam por entre o ser, dada a cobardia
Quantos sentimentos por exprimir, sentidos em vão
Sempre esperando que o poderiam ser um dia
Quantos sonhos, gritos, dor, lágrimas, risos, gargalhadas
Embrenhadas na vergonha de parecer ridículo
Perante alguém que penso ser diferente de mim
Quantas mágoas, cortes, frustrações atraiçoadas
Pelo oportunismo da solidão, usando-a como veículo
Para se soltarem, se exprimirem por fim
Mantendo-me cativo de uma existência emotiva
Feita de sonhos desfeitos, desejos impossíveis,
Com a força de gigantes, ansiando derrubar-me de alguma forma
Recusando-se a caber na pequenez deste meu ser
Desta minha vida, das minhas fronteiras e limites
Querendo à força derrotar-me, esquecendo-se porém
Das minhas razões de vida, de quem o sentido da vida provém
De quem me completa, embora não compreenda
De quem sinto força, e me alimento por dentro
Onde me refugio do tumulto e violento turbilhão
De mim, do eu que sou, e para o qual procuro razão

Abraços Grandes

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