sábado, agosto 27, 2005

Quero escrever mas...

Não encontro tema. Sou invadido por uma vontade explosiva de escrever intensivamente, infinitamente...Mas sobre quê? Os mesmos temas que tanto rebato aqui?...já estão por demais chateados dessas coisas, e além disso seria melhor que o escrevesse quando o conseguisse expressar adequadamente sob a forma de palavras. Começar a escrever mais uma das intermináveis estórias que me surgem à cabeça em devaneios criativos, fruto da mais pequena interacção e estimulação visual ou auditiva? Pergunto-me para quê, se elas são isso mesmo...intermináveis pois que nunca as termino, de tão ocupado estar a magicar outra estória, também ela à partida destinada a ficar a meio, com o fim apenas pensado.
Então que fazer desta minha vontade, destes impulsos instintivos e furtivos de teclar furiosamente, ou escrevinhar sobre papel até o rasgar? O que fazer quando no fundo se tem tanta coisa para dizer, mas não se sabe como, nem para quê fazê-lo?
Remeto-me então a este...vomitar de palavras, frases com sentido, mas desprovidas de qualquer finalidade, ou utilidade (mas também quantas frases parecem tê-las e no fundo não as têm). Teclo o que parece ser a expressão escrita do meu desejo de melhor me expressar, da minha necessidade de dizer/escrever tudo o que vai cá dentro, do impulso que tenho para tentar deitar, pelo menos algo cá para fora, antes que rebente, tão inundado que estou pelas coisas que sinto, imagino, crio e dou vida através da minha. Nestas alturas torno a perceber o infinitamente pequeno alcance das palavras, das letras agregadas em aparentes significados que mais não são do que isso...agregados que nos desiludem quando deles dependemos para nos mostrarmos, para mostrarmos o que somos na realidade, para expressarmos a nossa vida.
As palavras não são de confiança, pois que nos enganam. São talvez como máscaras a que podemos recorrer para cobrirmos a verdade, a nossa verdade. Mas também têm a sua beleza, e podem ajudar se à sua ajuda estivermos receptivos. São confusos instrumentos da nossa expressão, e interacção com o que nos rodeia. E são muitas vezes utilizadas como imagens definitivas da verdade, da realidade, quando no fundo nada mais raspam do que a mísera superfície de um oceano infinitamente profundo.

Abrações Grandões (está confuso...eu sei, mas vindo de alguém confuso, nada mais seria de esperar) ;o)

1 Comentários:

Comentários Hoje At 3:51 da tarde, Blogger Palroni comentou...

Filipa, antes de mais um obrigado do fundo do coração pelos teus comentários que aqui deixas, tão sentidos e sinceros. E, sim, é verdade, considero-me uma pessoa que quer aproveitar ao máximo a vida, o que a rodeia e que dela advém. Acordo todos os dias grato por poder respirar e disfrutar desta experiência. Os meus sentidos vibram ao mais pequeno estímulo, e sinto-me como uma criança, embevecido por tudo que me atravessa o caminho, e ávido por aproveitar tudo isso. Considero-me confuso porque não me compreendo profundamente, e sou abalroado por imagens, pensamentos, sentimentos, emoções, sentidos que me atordoam a todo o instante, não me dando descanso, embrulhando-me numa teia complexa de existência e vida. Mas é bom que cada um faça a sua própria leitura...e se descubra a si próprio identificando-se...deixa-me muito contente.
Beijinhos muito muito grandes para ti ;o)********

 

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