sexta-feira, setembro 23, 2005

E é assim...

É nestes momentos, como o que presentemente atravesso, que me apercebo inteiramente da preciosidade dos mais pequenos instantes, dos mais pequenos gestos, das mais simples palavras. Olho para tudo e para todos, e uma corrente de emoções e de sentimentos me invadem o corpo, e me borbulham nos olhos. Anseio então a infinitude de uma vida que se crê finita, limitada no tempo, mas que tantas vezes o transpõe. Anseio uma eternidade num só momento, ou nos vários que me enriquecem, a eternidade daqueles que os habitam. Apercebo-me de quão pequenos nós somos perante o que nos rodeia, e perante os nossos próprios sentimentos, o que somos capazes de nutrir pelo, e por quem nos rodeia.
É nestes momentos que tremo e desabo ao mínimo vislumbre de um fim àquela presença, daquele pedaço que me compõe, de uma passagem simples, não duradoura, nos trilhos da minha vida. Não me conformo com a ideia de perder pessoas que me atravessaram a vida, seja como for. Angustia-me pensar nos que me acompanham hoje, como nos que em tempos me acompanharam e não passam agora de caras familiares, que não me reconhecem. Não consigo visualizar tal possibilidade como viável, sem deixar derrubar as minhas defesas, e então entregar-me ao meu ser, à minha maneira de viver, diluído e afogado em angústias e tristezas, muitas ainda não concretizadas. Nadando com dificuldade à superfície no meu mar de sentimentos. Urge-me gritar a plenos pulmões, do fundo do meu coração que não os quero perder nunca, e então agarrá-los todos em meus braços e fugir para longe do que mos poderá tirar, rugir à mais pequena ameaça.
Considero-me então eternamente insatisfeito, eternamente abalado com o que a vida me tira, enquanto num canto da minha boca, por entre as lágrimas que escorrem dos meus olhos, surge um sorriso sincero de gratidão por naquele momento aqueles brilharem ao vislumbrar as pessoas que amo, e que naquele momento estão ainda à minha frente.
Abraços Grandes

1 Comentários:

Comentários Hoje At 8:58 da tarde, Blogger Andrea comentou...

Percebo-te tão bem.

 

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