sexta-feira, agosto 04, 2006

Hurt

O que guarda o coração a ele pertence
Por vezes é melhor deixá-lo guardar os seus segredos
Quando em vãs tentativas de os desvendar
Descobrimos neles guardados os nossos desconhecidos medos
Guardemo-nos pois à sua exposição, seu conhecimento
Por mais curiosos, ansiosos, desejosos que estejamos
Não vale todo o padecer, toda a dúvida e sofrimento
Que o conhecê-los arrasta consigo, duvido que o queiramos
Somos incautos joguetes nas mãos desse sentimento
E do órgão que bate às suas ordens e caprichos
E por mais que queiramos não o derrotamos
Pois acabamos por sucumbir ao seu poder e subtil sedução
Que nos arrasta, nos leva ao fundo, nos mata à traição
Quando em esquinas escuras se esconde para nos atacar
Qual assassino frio, calculista, insensível e cego
Denuncia o plano elaborado de sempre, de nos matar
Dizem que não se pode viver sem ele, verdade que não nego
Mas sei dos seus truques que nunca antevejo e me atingem desprevenido
E me afogam num mar de lágrimas
Chorando o sangue vertido do meu íntimo
Apunhalado pelos seus espinhos, ferido
Ainda descrente de tamanha beleza esconder tamanha maldade
De acreditar na pureza e bondade do Amor quando
Este é capaz de fazer presos e matá-los com tamanha crueldade.

Abraços...

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