Recupero o fôlego num olhar enquanto te vejo pela janela
Desperto de um sono profundo onde me acaricias a pele, a face
Onde me enxaguas os olhos das lágrimas vertidas por ti
Onde me vejo inundado do sentimento sufocante que por ti nutro
De olhos abertos vislumbro-te no vidro opaco, embaciado pela distância entre nós
Dou-me conta do espaço que entretanto desenhei entre os dois
E em como sofria por tentar ter-te tão perto sem que tu o soubesses
Temo dizer que cheguei ao fim, e agora mesmo sabendo que o quisesses
Não voltaria atrás, pois que ainda assim me perdi e me encontro agora incompleto
Com peças faltando, bocados de mim espalhados nos caminhos que percorri
Bocados que não conseguiria reaver se os mesmos caminhos percorresse
Pois iria ser difícil juntar todos os bocados que perdi
Nesse trilho de sombras, tristeza, agonia onde todas as pegadas que dei sofri
Tinha-te a ti no final, no meio do nevoeiro indecifrável por onde os olhos me ardiam
E agora afasto-me, virei as costas ao caminho de espinhos para chegar ti
Tal como vejo as tuas costas por entre o vidro, desconhecendo as minhas lágrimas
Assim o quero, desisti, também eu virei costas e prossegui
Porque sei que seria impossível chegar a ti
Por isso quero agora quedar-me assim
Ver-te sim, mas sem me esquecer de olhar também para mim.
Fraquinho, eu sei...mas pronto
Abraços Grandes
1 Comentários:
Parabéns pela forma como escreves e consegues transmitir as tuas emoções.
Prosseguir não é sinónimo de desistência, mas antes de maturidade,
Abraços
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