terça-feira, outubro 25, 2005

Morto

Encontro-me aqui...a teus pés
Morto mas ainda ouvindo o meu coração a bater
Ainda sentindo o metal do sangue que continua a escorrer
Enquanto ficas aí, indiferente, ignorante do crime que acabaste de cometer

Olho-te por entre as lágrimas nos meus olhos
Contemplo-te por entre o brilho do sol que tu refractas
Enquanto te manténs imóvel, incólume, ilesa
Inconsciente do quanto tu me magoas, quanto me matas

Mas não te culpo, perdoo-te por tudo
Porque sempre me escondi no silêncio, permaneci mudo
Daí não saberes, daí desconheceres o que sentia por ti
Sentia...sim, porque não sei se sinto agora que morri

Não pestanejo porque ainda sinto esta necessidade
Esta pulsante, incansável, intolerante e forte vontade
De te olhar, de te ver, sem perder um segundo
Ainda mais agora que passaste para um outro mundo

Respiro...vejo...sinto tudo como em vida
Mas sinto que o meu coração bate mas morreu
Sinto que algo me falta, algo me mata devagar
O sangue na alma diz-me que foi a esperança que se perdeu

Encontro-me aqui...a teus pés
Morto, sem esperança nas veias ou no coração
Que bate sozinho, sem rumo e me diz que morri
Mas mesmo morto não consigo tirar os olhos de ti

Trágico não? eheheh ;o)
Abraços Grandes

domingo, outubro 16, 2005

Um dia feliz...

" (...)
Que hei-de eu fazer, sou
feliz,
sou mais vasto
do que a erva
nas planícies,
sinto a pele como uma árvore rugosa,
a água em baixo,
os pássaros em cima,
o mar como um anel
à roda da minha cintura,
a terra feita de pão e de pedra
e o ar cantando como uma guitarra.
(...)"
"Ode a um dia feliz" - Pablo Neruda
Abraços Grandes...que o vosso dia seja também feliz :o)

sábado, outubro 15, 2005

Pergunto-me...

Pergunto-me se pareço quem sou
Se nos meus olhos se lê a minha essência
Se no meu rosto está claro
A complexidade da minha existência

Pergunto-me o que pensa quem me vê
Sem antes me conhecer, sequer comigo falar
Se há alguma pista que o meu sorriso dê
Que saibam já o que vão encontrar

Nem eu próprio sei o que pareço ao mundo
Se vejo o que sou quando olho para mim
Ainda que difuso porque nem eu sei, no fundo
Penso que o que sou me será desconhecido até ao fim

Por isso não sei que fazer para parecer algo
Se esse algo é algo que eu também desconheço
Por isso penso que posso por fim concluir
Que a minha dúvida é maior que a do começo.

Abraços Grandes :oP

Cinco Sentidos

Respiro...
De um trago engulo o mundo à minha volta
Saboreio odores e imagens exultantes de beleza
Abro os olhos...
Com uma baforada deixo sair a minha sede
Para saciá-la com segundos e partículas de grandeza

Grito...
De uma vez solto os véus de fumo que em mim se escondem
E me tapam dos sentidos, a vida que pulsa em meu redor
Escuto...
As melodias de sabores diferentes e mil e uma cores presentes
Nas fotografias que tiro com cada pestanejar para ouvir melhor

Apalpo...
A vida que o toque me deixa ver, me deixa conhecer
Cada gota de ar que me inunda o corpo, através da pele
Provo...
Com uma dentada a doçura do momento que passa
E o agridoce do sabor da vida, tão apressada quanto adormecida

Respiro...
Numa golfada sei que estou vivo e aqui
E que quando me julguei perdido, simplesmente vivi
Vivo...
Para todos os que me trazem o gosto do coração aos sentidos
Os que me fazem valer e lembrar todos os momentos vividos

Abraços Grandes :o)

domingo, outubro 02, 2005

Irmãos Grimm

De vez em quando tenho disto e falo de um filme. Pois este foi acabadinho de ver, nem há meia hora!!
E que posso dizer...? F-A-N-T-Á-S-T-I-C-O!!!!!!!!!!Em todos os sentidos, um filme que me encheu as medidas, e me deixou a transbordar daquilo que eu mais gosto...sonhar, imaginar. Pode parecer-vos estranho um filme como estes dizer-me tanto, mas sendo quem e como sou não seria de esperar outra coisa!
Um recapitular genial de contos e fábulas tão nossas conhecidas, muitas delas apenas com um piscar de olhos, mas ainda assim suficiente para nos deixar a sorrir! Divertido do princípio ao fim (não fosse ele dirigido por Terry Gilliam) apresenta-nos os dois (anti)heróis submersos em magia, fantasia e criatividade explosivas, capaz de nos transportar àquele mundo! Vi...e não me admiro se o vir de novo...muitas vezes! ;o)
Actuações impecáveis (Matt Damon e Heath Ledger, e não só, muito cómicos, e Monica Bellucci deliciosamente malévola) constróem um filme que me marcou e me deixar soltar a criança que lateja em mim a cada passo que dou, mas que é tímida demais para sair à luz do dia, e em frente de outras pessoas!
Adorei e recomendo, embora pense que não é um filme para todos...
Abrações Grandões...
P.S. Sinto-me Jacob Grimm...de certa forma... ;o)