terça-feira, agosto 30, 2005

P.S.

Mais uma vez peço desculpa pelo desabafo desarticulado e desconexo que saíu...mas é bom desabafar quando ninguém nos vê.... ;o)
Abraços

O que sou...

É vendo os outros que me conheço, olhando para quem me rodeia que me dou conta no que me tornei. Ouvindo o que os outros falam, apercebo-me do que eu sei, observando ao longe vejo aquilo que os outros são e aquilo que eu sou.
Vejo reflectida no ar que respiro a minha essência, mas por mais que a tente ignorar surge-me instantaneamente aos olhos, ouvidos, nariz, boca e mãos, inunde-me os sentidos e obriga-me a estar dela consciente contra a minha vontade. Refugio-me então na minha entrega ao Mundo, na esperança de passar despercebido, sempre ciente da maior importância dos outros. É neles que me escondo do que sou, é para eles que escolho como os frutos de uma árvore, aquilo que eu posso dar por completo para os ver felizes. É neles que busco uma outra essência, um outro sentido para a minha simples e modesta existência, é buscando no exterior sensações, sentimentos, ávido como que invadido por uma sede insaciável, que me liberto e fujo do que vejo em mim, da essência que me percorre. É aí que tento enterrar o que sou, tapar o negrume, o imperfeito, o triste murmúrio que sou eu. Na busca incessante da perfeição compreendo que é para os outros, para seu deleite que a busco, porque pouco proveito eu dela poderia tirar. Se alguma vez a alcançasse...dava-la toda, até à última migalha, usava-a em proveito daqueles que a mim me amparam...talvez aí conseguisse ter um pouco de luz na escuridão. Uma pequena vela que me ajudasse no caminho pelas estradas do meu labirinto...talvez aí deixasse de estar perdido na escuridão, iluminado apenas pelo brilho das lágrimas reflectindo a luz que ao longe outros emanam.
Um grande abraço :o)

segunda-feira, agosto 29, 2005

Desabafos...de novo

IF I SHOULD DIE THIS VERY MOMENT
I WOULDN’T FEAR
FOR I’VE NEVER KNOWN COMPLETENESS
LIKE BEING HERE
WRAPPED IN THE WARMTH OF YOU
LOVING EVERY BREATH OF YOU
WHY LIVE LIFE FROM DREAM TO DREAM
AND DREAD THE DAY…WHEN DREAMING ENDS...

(Guess where that came from!! ;o)

Abrações Gigantes

sábado, agosto 27, 2005

Quero escrever mas...

Não encontro tema. Sou invadido por uma vontade explosiva de escrever intensivamente, infinitamente...Mas sobre quê? Os mesmos temas que tanto rebato aqui?...já estão por demais chateados dessas coisas, e além disso seria melhor que o escrevesse quando o conseguisse expressar adequadamente sob a forma de palavras. Começar a escrever mais uma das intermináveis estórias que me surgem à cabeça em devaneios criativos, fruto da mais pequena interacção e estimulação visual ou auditiva? Pergunto-me para quê, se elas são isso mesmo...intermináveis pois que nunca as termino, de tão ocupado estar a magicar outra estória, também ela à partida destinada a ficar a meio, com o fim apenas pensado.
Então que fazer desta minha vontade, destes impulsos instintivos e furtivos de teclar furiosamente, ou escrevinhar sobre papel até o rasgar? O que fazer quando no fundo se tem tanta coisa para dizer, mas não se sabe como, nem para quê fazê-lo?
Remeto-me então a este...vomitar de palavras, frases com sentido, mas desprovidas de qualquer finalidade, ou utilidade (mas também quantas frases parecem tê-las e no fundo não as têm). Teclo o que parece ser a expressão escrita do meu desejo de melhor me expressar, da minha necessidade de dizer/escrever tudo o que vai cá dentro, do impulso que tenho para tentar deitar, pelo menos algo cá para fora, antes que rebente, tão inundado que estou pelas coisas que sinto, imagino, crio e dou vida através da minha. Nestas alturas torno a perceber o infinitamente pequeno alcance das palavras, das letras agregadas em aparentes significados que mais não são do que isso...agregados que nos desiludem quando deles dependemos para nos mostrarmos, para mostrarmos o que somos na realidade, para expressarmos a nossa vida.
As palavras não são de confiança, pois que nos enganam. São talvez como máscaras a que podemos recorrer para cobrirmos a verdade, a nossa verdade. Mas também têm a sua beleza, e podem ajudar se à sua ajuda estivermos receptivos. São confusos instrumentos da nossa expressão, e interacção com o que nos rodeia. E são muitas vezes utilizadas como imagens definitivas da verdade, da realidade, quando no fundo nada mais raspam do que a mísera superfície de um oceano infinitamente profundo.

Abrações Grandões (está confuso...eu sei, mas vindo de alguém confuso, nada mais seria de esperar) ;o)

quarta-feira, agosto 24, 2005

Romeo and Juliet, ou Romeu e Julieta, como preferirem


A propósito de ter revisto ontem um dos meus filmes favoritos de sempre, e que já não via há alguns anos, nomeadamente "William Shakespeare's Romeo and Juliet" do Baz Luhrman (excelente), fui à procura de dois pequenos excertos que me chamaram a atenção nesse revisionamento. O diálogo é excelente (é uma das minhas cenas favoritas do filme) e só ontem prestei bem atenção ao que diziam, e gostei...bastante, tocou-me dada a minha natureza algo peculiar. Não sei se gostam também, mas aqui vos deixo este excerto, tanto na versão original como traduzida (para lerem o que preferirem):

MERCUTIO
You are a lover; borrow Cupid's wings,
And soar with them above a common bound.
ROMEO
I am too sore enpierced with his shaft
To soar with his light feathers, and so bound,
I cannot bound a pitch above dull woe:
Under love's heavy burden do I sink.
MERCUTIO
And, to sink in it, should you burden love;
Too great oppression for a tender thing.
ROMEO
Is love a tender thing? it is too rough,
Too rude, too boisterous, and it pricks like thorn.
MERCUTIO
If love be rough with you, be rough with love;
Prick love for pricking, and you beat love down.
Give me a case to put my visage in:
A visor for a visor! what care I
What curious eye doth quote deformities?
Here are the beetle brows shall blush for me.

(...)
ROMEO
I dream'd a dream to-night.
MERCUTIO
And so did I.
ROMEO
Well, what was yours?
MERCUTIO
That dreamers often lie.
ROMEO
In bed asleep, while they do dream things true.

(...)
------------------
MERCÚCIO
Estás enamorado! Pede a Cupido que te empreste as asas,
e voa com elas até ao infinito.
ROMEU
Estou demasiadamente ferido pela flecha dele
Para poder voar com as suas asas ligeiras, e tão acorrentado
À minha sombria dor que não posso erguer-me acima dela:
Eu sucumbo ao peso do amor.
MERCÚCIO
Então obrigá-lo-ias também a sucumbir contigo.
És pesado demais para um ser tão delicado.
ROMEU
Delicado, o amor? Dize antes que é demasiado brutal,
Rude, violento, e que fere como os espinhos.
MERCÚCIO
Se o amor é brutal para contigo, sê tu também brutal para com ele.
Se te fere, fere-o também, e vencê-lo-ás.
Dai-me uma máscara.
Ora aqui está uma máscara a cobrir outra. Que me importa agora
Que qualquer olhar curioso venha esmiuçar as minhas deformidades?
Esta fronte de espessas sobrancelhas corará por mim.

(...)
ROMEU
Tive esta noite um destes sonhos...
MERCÚCIO
Também eu.
ROMEU
Bem; e que sonhaste?
MERCÚCIO
Que os sonhadores mentem muitas vezes.
ROMEU
Sim, na cama, quando dormem e sonham coisas verdadeiras.

(...)

(Tradução de Maria José Martins - Colecção Novis, Biblioteca Visão)

Aqui está.
Fiquem bem. Abraços muito grandes
:o)

terça-feira, agosto 16, 2005

Eu

Quanto me fazem falta as palavras quando delas mais preciso
Quanto me faz falta a coragem para os gestos sinceros que quero ter
Quando se avizinha o momento oportuno (não será ele sempre)
Quantas vezes me quedo apenas por um simples sorriso
Que não encerra em si, nem metade do que quero dizer

Quantos beijos, abraços, simples toques de uma mão
Me escaparam por entre o ser, dada a cobardia
Quantos sentimentos por exprimir, sentidos em vão
Sempre esperando que o poderiam ser um dia
Quantos sonhos, gritos, dor, lágrimas, risos, gargalhadas
Embrenhadas na vergonha de parecer ridículo
Perante alguém que penso ser diferente de mim
Quantas mágoas, cortes, frustrações atraiçoadas
Pelo oportunismo da solidão, usando-a como veículo
Para se soltarem, se exprimirem por fim
Mantendo-me cativo de uma existência emotiva
Feita de sonhos desfeitos, desejos impossíveis,
Com a força de gigantes, ansiando derrubar-me de alguma forma
Recusando-se a caber na pequenez deste meu ser
Desta minha vida, das minhas fronteiras e limites
Querendo à força derrotar-me, esquecendo-se porém
Das minhas razões de vida, de quem o sentido da vida provém
De quem me completa, embora não compreenda
De quem sinto força, e me alimento por dentro
Onde me refugio do tumulto e violento turbilhão
De mim, do eu que sou, e para o qual procuro razão

Abraços Grandes

sábado, agosto 06, 2005

Um desvario...já não me dava há um tempo (se quiserem ponham o título que queiram,lol)

I woke up in a turmoil, upset by what you'd said to me
The sweat glued the clothes to my body, boiling with the heat
I had a turbulent sleep, filled with disturbing nightmares
Of me drowning in a dark puddle of deceit
I still felt your eyes stabbing me, swollen with the fake tears
I'd warn you, you wouldn't like what I had to say
But still I didn't stutter and made an effort for it to sound clear
Yet you tried to disguise your anger with a shallow sadness
We were both conscious of our shared responsability
For the ruining of what we had been building
Given that we'd realised its impossibility
And it wasn't worth the continued feeding
We reached the end we feared we utterly dreaded
But looking back at everything we had
The end was always there embedded
In both the good moments and bad
I hold no grudge, but it seems you will for some time
It's up to you to deal with it, it's the way you choose
Each one chooses the way one finds best, let life run its course
Somethings are just meant to be, sometimes you win, sometimes you lose

Abraços

Medo da segurança

De há uns tempos para cá tenho pensado no que chamo o medo da segurança. Eu não sou propriamente uma pessoa alarmista, e gosto sempre de relativizar as coisas, não só porque acho que é o mais sensato e razoável, como também me conforta e acalma um pouco. Para além disso, hoje em dia o que é apregoado nos noticiários e viaja de boca em boca é muitas vezes amplificado ridiculamente, provocando um temor intenso e um pânico alarmista em todas as pessoas quando uma pessoa é alvo do "ataque" de um carteirista, por exemplo, argumentando que a criminalidade atingiu o seu píncaro e que a insegurança cresce em proporções dantescas. Não digo que de facto não haja mais insegurança, e que ocorram mais crimes do que há uns tempos atrás (se bem que se hoje em dia muitos deles não são reportados, não acredito que há uns anos atrás fossem mais, e houvesse mais queixas), mas penso que alarmar as pessoas e provocar um medo intenso até de sair à rua assim que escurece para ir levar o lixo (não sei se estou a exagerar...) é um total falta de respeito pela dignidade e pela vida das pessoas.
Eu não sou de me alarmar...muito, mas dei por mim enquanto de férias numa pacata vila (pouco) turística do Algarve a ser invadido por um certo medo de me sentir seguro, e não esperar que ocorresse algo de mal. Não sei se sou único mas confesso que acho isto ridículo, e ainda que a maior culpa seja minha...acho que há mais culpados por aí!
Abrações Grandões com alguma revolta (lol ;oP)

Outro filme da minha vida...


...que me continua a arrebatar todos os sentidos, mesmo só pela banda sonora. A minha vida não seria a mesma sem "Moulin Rouge!". Perco-me neste filme até à exaustão, mas nunca é demais. Sabe bem extravasar através dele, e manter-me em contacto com as mais puras emoções. A cor, o brilho, a música, o ritmo, a originalidade e a estória conquistaram-me desde o princípio, e de há uns tempos para cá é que me dei conta do quanto se tinham enraizado em mim. Confesso que ach que é possível distinguir um antes e um depois de Moulin Rouge!

Because we can can can...don´t say we can´t!

Abrações Grandões

sexta-feira, agosto 05, 2005

Let Go

Letra magnífica de música magnífica de um filme magnífico
Frou Frou
"Let Go" - OST Garden State
drink up, baby down
mmm, are you in or are you out
leave your things behind
'cause it's all going off without you
excuse me, too busy you're writing your tragedy
these mishaps
you bubble wrap
when you've no idea what you're like
so let go, jump in
oh well, whatcha waiting for
it's alright
'cause there's beauty in the breakdown
so let go, just get in
oh, it's so amazing here
it's alright
'cause there's beauty in the breakdown
it gains the more it gives
and then it rises with the fall
so hand me that remote
can't you see that all that stuff's a sideshow
such boundless pleasure
we've no time for later now
you can't await your own arrival
you've 20 seconds to comply
so let go, jump in
oh well, whatcha waiting for
it's alright
'cause there's beauty in the breakdown
so let go, just get in
oh, it's so amazing here
it's alright
'cause there's beauty in the breakdown

Abraços Grandes

Silêncio

Depois do silêncio chega o barulho confuso que sou eu...desculpem se sou barulhento demais.
Abraços muito grandes :o)

Novamente o sonho?

Será porque a realidade me frustra e não me dá o que eu quero que me refugio nos meus sonhos, e chego a querer com toda a ínfima parte do meu ser que eles se tornem realidade, ou que haja algures um lugar onde eu os possa viver?
Chego a pensar que o milhão de imagens que acorre à minha mente faz já parte de mim, e que nasci para as conter. Transbordo sem ninguém ver, contenho-me sem que ninguém se aperceba. A teia de emoções e sentimentos profundos, constantes e complexos que me compõe entrelaça-se com a dos meus sonhos, dos meus mundos imaginados em momentos eternos e infinitamente longínquos. O aperto no coração que de quando em quando me lembra o que procuro é por vezes ampliado por uma qualquer imagem por mim sonhada. O milhão de estórias que imagino e que vivo em sonhos revestem-se de energia suficiente para que eu as pudesse transpôr para a realidade, mas algo me impede. E assim se contêm aqui dentro, percorrendo-me através de todas as minhas veias, completando-me, concretizando-se e reforçando-se nas melodias e imagens reais que ecoam nos meus sentidos. É também neles que busco a satisfação para as minhas emoções, que as vivo e as encontro quando me faltam na realidade. Quando rio e sorrio ou quando sinto o quente das lágrimas que correm ao mais pequeno pormenor. Assim serei temo bem, para o resto da minha vida. Insatisfeito com a pequenez do meu ser, e arrebatado com a força dos meus sonhos e das minhas emoções que não cessam. Sempre em busca dessa eternidade...que é no fundo e simplesmente, o tempo que eu preciso para poder viver o que sonho, e sentir tudo o que há para sentir.
Não é isso o que todos nós queremos...ou será que basta encontrar aquela realidade que procuramos e sabemos ser possível para que tudo deixe de ter importância e não passe de uma ilusão e do que é realmente, um sonho?
Abraços Grandes :o)

Às vezes...

apetece pegar nas coisas e viajar. Esquecer por momentos o resto do mundo, ou seja, conseguir o impossível, e voar por onde quer que o vento nos levasse. Ver o sol no maior número de sítios possível, sentir o vento entrar nos poros da nossa pele e através dele conhecer sítios diferentes. Ver paisagens frondosas e infinitas onde nos perdemos de nós próprios e desejamos assim quedar-nos eternamente. Viajar...às vezes basta fechar os olhos...
Abrações Grandões :o)

Mais uma vez...


...me dedico aqui a escrever sobre a impossibilidade de parar o tempo. A impossibilidade de realizar todos os sonhos. A impossibilidade de viver para sempre. A impossibilidade de pôr de lado as emoções. A impossibilidade de ser tudo aquilo que se sonha. A impossibilidade de ser tudo aquilo para o qual não estamos destinados...Também o impossível tem lugar nas nossas vidas...mas não da forma como gostaríamos.
Abraços muito grandes (na esperança de que as férias estejam a ser muito boas ;o)

Meia dúzia de palavras...

só para escrever qualquer coisa. Abraços