terça-feira, dezembro 28, 2004

Daqui a um ano...

Faz-me espécie quando as pessoas acabam de fazer anos e começam já a antever os anos que vão fazer no ano a seguir. Ou então quando insistentemente falam que daqui a uns anos já estão velhos, que podem já cá não estar, que a juventude está a ficar para trás, a adolescência está a ficar para trás, e, mesmo, quando chega o Ano Novo e dizem que o ano passou a correr parece que foi ontem que....
Irrita-me solenemente porque esquecem-se de viver no presente, de gozar a idade que têm, o momento que estão a viver, e principalmente porque se armam em parvos e não reparam que quem faz o tempo andar depressa são os próprios com esses pensamentos. Não nego que haja dias e semanas que passem a correr, mas digo já que, pelo menos para mim, há dias e semanas que são intermináveis (e que as pessoas chegam a dizer que nunca mais passa, para depois se queixarem quando sentem que passa muito depressa).
Acho que a maioria das pessoas se limita a dizer que se deve viver no presente, um dia de cada vez, sem realmente o fazer. Eu faço constantemente um esforço para não pensar no tempo que já passou e centrar-me no tempo que está a passar, no momento que estou a viver, porque apesar do passado ser importante, e o futuro também, são eles que nos tiram anos de vida, não o presente que nos dá espaço para viver e não se mostra imprevisível. Pelo contrário dá-nos a confirmação de que estamos vivos e que somos reais, não sustentando as nossas vidas em ilusões.
Não sei se fará algum sentido o que acabei de escrever, mas...é o que eu digo, eu ando hiperactivo por isso é capaz de ser natural se não bater a bota com a perdigota.
Abrações Grandões

Hiperactivo

Ultimamente, mais precisamente de há uns dias para cá, tenho andado com uma energia enorme e uma vontade de fazer tudo e mais alguma coisa. Quero fazer uma catrefada de coisas, ir a uma carrada de sítios, ler tudo e mais alguma coisa, ver este e aquele filme...Não sei o que faça, estou algo desorientado porque não me passa esta hiperactividade. Não sei se é algum mecanismo inconsciente (observem a minha veia psicanalista) que faz com que eu queira fazer tudo antes do ano acabar, com medo de que não tenha feito o suficiente durante estes meses todos. O problema é que quero estar em vários sítios ao mesmo tempo, a fazer montes de coisas em simultâneo, enquanto leio e vejo filmes. Fisica e psicologicamente impossível como é óbvio!!
Bom, vou tentando fazer o mais que consigo, ler o mais que consigo e ir ao maior número de lugares possível. Eu cá sou assim. Se ele há dias em que acordo mais melancólico, outros há que ando feito parvo, rio-me de tudo e mais alguma coisa e parece que tenho bichos carpinteiros e não sou capaz de parar sossegado.
Não sei se isto vos interessa muito,lol, mas olha...
Abraços Grandes

sábado, dezembro 25, 2004

Benvinda Rita

Por pouco tempo, também a nossa Ritinha Seixas voltou. Pois então seja benvinda (ainda que provavelmente quando ler isto já esteja longe daqui de novo,lol).Bendito o Natal, mais que não seja por nos trazer de novo quem por momentos está longe, ainda que só possamos estar juntos uma vez, quem podia pedir por uma prenda melhor.
O frio lá fora contrasta assim em grande com o calor que é bafejado pelos pequenos momentos em que novamente ouvimos a voz e estamos e com quem partiu para uma aventura...longe. Aconchega-me o coração saber que daqui a um mês e pouco estarás de volta, e voltaremos a ter-te ao nosso lado no segundo semestre...inteirinho.
Alegra-se me o coração, e brilham os olhos e o meu sorriso, quando vejo a felicidade e entusiasmo que transbordas, excitação com que falas do que estás a viver. E nós aqui...a imaginar como serão as vossas vidas por lá, enquanto sentimos a vossa falta, especialmente quando nos lembramos de repente em momentos simples e em situações banais.
Aproveita o melhor que conseguires este tempinho que ainda tens a gozar lá, para que depois venhas recheada de novas coisas para contar, enquanto nós matamos as saudades todas de uma vez. Mal podemos esperar para de novo poder ver-te e ouvir-te pertinho de nós.
Goza ao máximo esta aventura.
Beijos enormes do Palroni
Abraços Grandes para todos os que lêem

quinta-feira, dezembro 23, 2004

Feliz Natal

Como qualquer outra pessoa tenho que escrever os votos da praxe:
FELIZ NATAL
que o vosso sapatinho (ou meia, como queiram) esteja recheado de tudo o que vocês querem e que vos faz felizes.

Abrações Grandões

Para Sempre

Forever Young, I want to be FOREVER YOUNG
Há tanta coisa que não quero perder nunca.
Mas dói-me o coração à mesma porque sei que eventualmente vou perder, mas não quero e então choro, triste, com uma vontade infinita de envolver num abraço eterno aqueles que amo, para que NUNCA saiam de perto de mim.
Abrações Grandões

terça-feira, dezembro 21, 2004

Benvindo Gonçalo

É verdade, o Excelso Senhor Patavino está de volta para a quadra festiva. E, ainda que seja por pouco tempo, é sempre bom voltar a vê-lo. Voltar a encontrá-lo, à sua voz,ao seu rosto, enfim à sua presença, por entre as gargalhadas do todo, constituído por tantos, que desde o início ressentiu a sua falta (bem como a de outros que por terras longínquas andam também). É bom matar as saudades, ainda que provavelmente só o vejamos duas ou três vezes até que vá de novo para a aventura que tem enchido a sua vida nos últimos meses. Nestas alturas nos apercebemos da falta que os amigos fazem e temos um vislumbre do que é não os ter por perto. Por enquanto, durante estes dias, estes momentos que nos encontramos todos, tentamos pôr de lado a ideia de que ainda não acabou a aventura, deles e nossa, por não os termos tão perto quanto sempre estiveram. Resta-nos o conforto de os ver mais felizes e realizados que nunca, respirando excitação e satisfação por todos os poros, enquanto afundamos bem fundo a agrura leve de que vão partir de novo, deixando um rasto de saudades e um vaziozinho, que eles sabem só por eles poder ser preenchido.
Por isso Gonçalo, aproveita ao máximo, porque mesmo sabendo que os teus amigos sentem a tua falta, compartilham a tua alegria e eles próprios são mais felizes por te verem tão feliz. Boas Festas, esperando poder gozar da tua companhia mais uma ou duas vezes antes de ires ;)
Abraços Grandes para todos e para o Gonçalo (se é que ele lê isto, lol)
Falta cá gente, mas a seu tempo vão ouvir palavras semelhantes

quarta-feira, dezembro 15, 2004

Desabafos

Já alguma vez tiveram a sensação que tudo o que fazem é meter a pata na poça e estragar tudo,e por mais que se esforcem nada sai bem?
Abraços desabafadamente grandes

Pirosices

Ultimamente tenho andado um bocado piroso não?
Ou é desde sempre,lol!
:P
Abrações Grandões

Despertares

O cheiro a vida inunda a consciência assim que acordamos. Os nossos olhos entreabrem-se para beber o que os rodeia. A sede de uma noite anseia saciedade. O corpo estremece enquanto respira um novo ar, enquanto se liberta das correias da preguiça. O calor libertado funde-se com o que é absorvido. A luz irradia a presença desta vida que desperta, que reabre ao Mundo de fora depois de uma peregrinação intensa ao seu Mundo particular.
O despertar aos poucos ensopa cada centímetro de pele, enquanto o corpo serpenteia para se livrar da pele entorpecida. Um trilho perdura no ar, vapores flutuam largados a cada bocejo, evaporados pelos poros na vontade indomável de limpar o corpo desta encenação de morte.
Por instantes o corpo é uno com o que o circunda. Concentra-se em si próprio, nas suas necessidades, fomes, sedes, desejos. Por instantes o corpo assume o lugar do pedestal, rouba a tenção, faz-se mais importante e notado que tudo mais. Quer-se fazer visto, quer fazer notar a sua relevância, quer dar conta do poder dos sentidos, mas sem esquecer a sua inevitável independência da alma que os absorve, da alma que lhes dá vida.
O que somos nós, senão um esforço de corpo e espírito que se dá vida mutuamente, e que nos privilegia com o seu empenho conjunto?
Abrações Grandões

domingo, dezembro 12, 2004

Caras

Sempre fui um rapaz muito introvertido (ainda hoje continuo a ser embora não tanto) e sempre que andava na rua, principalmente sozinho, nunca olhava em frente, fazia sempre questão de olhar para baixo, talvez na esperança de passar despercebido. Via uma por uma as pedras do chão, apenas levantando o olhar para ver se não me enganava no caminho. Não sei bem porquê...ou talvez até saiba.
Hoje em dia isso já não se mantém. Apesar de continuar a tentar passar despercebido por entre a multidão, sou incapaz de parar quieto com o olhar enquanto ele mergulha em frente na multidão e no espaço que me rodeia. Agora sou incapaz de andar na rua e não olhar para todas as coisas, principalmente todas as caras, todos os olhares, sorrisos, ares indiferentes, sérios, tristes...sinto esta enorme necessidade de absorver a diversidade que me rodeia e que me atinge a cada movimento dos olhos. Sinto um impulso para disparar o olhar em todas as direcções possíveis, ver o mais que consiga, deparar-me com tudo, quer seja uma montra, uma pedra, relva, quer seja a expressão na face das pessoas que me indica que repararam no meu olhar, ou na indiferença e mesmo ignorância de que por breves segundos aquele rosto foi atingido pela minha curiosidade e vontade indomável de me encher de estímulos reais incessantemente.
Quero ver vida, quero ver gente, quer ver tudo o que me rodeia, embora saiba que apesar dos mues esforços jamais conseguirei contemplar na minha mente, ainda que por breves segundos, todas as caras, todas as coisas que se atravessam no raio do meu olhar, ou que são alvo acidental da sede furtiva do meu olhar.
Por isso hoje gosto tanto de olhar em frente quando ando na rua. Ou melhor, olhar em todas as direcções para atingir e deixar-me atingir pelo magnífico daquilo que nos rodeia.
Abrações Grandões

sexta-feira, dezembro 10, 2004

Arrepios

Não sei se já vos aconteceu, mas a mim acontece-me frequentemente. Normalmente quando estou a ver um filme, ou estou a ouvir uma música que me agrada especialmente, sou literalmente invadido por mil e um arrepios que viajam pelo meu corpo todo. Todos os pelinhos do meu corpo fazem ondas, como se o meu corpo estivesse a ser atormentado por algum fenómeno natural. Sinto os sentimentos transbordarem à flor da pele, sou invadido por milhões de pensamentos e fundo-me totalmente com aquilo que estou a ver, ou que estou a ouvir. Sinto o meu corpo a ser inundado por um sentimento forte de me querer diluir e viver na pele, e por momentos parece mesmo que estou a incorporar o que está frente aos meus olhos e/ou me serpenteia pelos ouvidos adentro. Sinto um fulgor diferente enquanto sinto a pulsar nas veias o que estou a absorver, enquanto corre por todo o meu corpo para se juntar a ele, não se contentando por inundar o meu espírito.
Se calhar acham isto estranho, eu também. Mas...não sei porquê, gosto, sinto-me vivo e sinto que estou a viver algo para além da minha vida. Exagerado...talvez, mas é bem real.
Talvez assim se compreenda como acho indispensável e essencial à minha vida a música e o cinema. Completam-me e complementam a minha vida com vivências que até agora não consegui encontrar em mais lugar algum.
Abrações Grandões

quarta-feira, dezembro 08, 2004

Sexo

Não se assustem com o título, porque eu vou escrever não vai ser chocante, muito porque eu não sou a pessoa mais indicada para escrever sobre sexo (por razões que devem ser inferidas por vocês e não escritas por mim).
Cada vez mais encaro o sexo como a forma mais completa de entrega total a alguém, a partilha não só de alma mas de corpo, que julgo poder ser um acto muito bonito (isto quando os sentimentos estão em jogo na relação física). Cada vez mais gosto de ver o erotismo que hoje em dia nos circunda, e que como um feitiço tenta passar despercebido. Se calhar posso ser mal interpretado, ou mesmo não me fazer entender como queria, mas acho que a aliança que muitas vezes a sexualidade e a sensualidade estabelecem se reveste de uma força enorme, e de uma beleza incrível e atraente (especialmente quando não é a consumação propriamente dita que é sublinhada, e, muito pelo contrário, a privacidade a ela inerente consegue ser mantida).
É através do sexo que nos reproduzimos e conseguimos ao mesmo tempo retirar prazer. É o sexo que permite a exploração do nosso e do outro corpo, que nos permite a união completa com a outra pessoa enquanto de nós fluem múltiplas energias, e enquanto nós recebemos a energia do parceiro/a. Também penso que ao falar de sexo, tal não implique exclusivamente a consumação como normalmente se considera. Julgo haver tantas coisas, tão ou mais importantes que...bom vocês sabem!
O que eu penso é que a magia inerente ao sexo não está na consumação propriamente dita, mas sim na dimensão de exploração e conhecimento que ele permite, no amor intenso que eu julgo ser possível transmitir através do toque mais íntimo, do beijo mais ardente...
Quanto à sensualidade e sexualidade, penso que ambas dão um colorido magnífico à vida. A atracção que isso gera é magnífica porque de certa forma transmite o desejo intrínseco do Homem de união corporal. Cada vez mais nos filmes, nas músicas, a sensualidade e a sexualidade têm presença assídua e importante, o que para mim é fantástico, porque traz à flor da pele sensações que não se conseguem descrever, e que julgo tornarem mais forte o desejo de entrega por parte de quem os vê/ouve, e julgo também tornarem as pessoas mais conscientes da sua sexualidade e do que o seu corpo lhes pode proporcionar, intimamente, quer sozinho quer em conjunção com outro. Acho que cada vez mais as pessoas se devem esforçar por tomar consciência dos seus corpos, explorá-los, e descobrir as potencialidades que latejam dentro de cada um.
Resumindo, acho que o sexo é bonito (sem fazer distinções entre intervenientes) quando levado a sério, e que não se resume apenas ao corpo, podendo ser uma união perfeita entre corpos e espíritos. Não vejo então qual o sentido de ser considerado tabu, principalmente na sociedade de hoje em dia.
Bom, volto a frisar que eu falo sem muito conhecimento de causa, e que o mais provável é que vocês, leitores, achem tudo isto uma enorme palermice. Mas...olhem, não consigo deixar de ser sonhador...e de ter muita imaginação (no sentido de dizer parvoíces!lol)
Abrações Grandões deste vosso sempre dedicado
P.S. desculpem eu escrever sempre grandes testamentos

segunda-feira, dezembro 06, 2004

Críticos de cinema

Falando verdade, nunca considerei os críticos de cinema muito credíveis porque cada um é como cada qual, e acho que ninguém em particular tem grande autoridade para dar bitates sobre se um filme é bom ou mau. Isto, pelo simples facto de que cada pessoa varia nos seus gostos, e cada um faz as suas avaliações. No entanto, ultimamente tenho vindo a desacreditar muito mais os críticos pelo simples facto de que, tenho conseguido, sem exagero, prever quais os filmes que vão ter mais apupos, assobios e críticas ferozes, e os que vão ter aplausos, desmaios de admiração e expressões de encanto. E tudo isto, aqui meus amigos é que está o mais incrível, apenas vendo a ficha técnica, lendo a sinopse, e algumas vezes vendo algumas imagens. E não sei se sou só eu, mas o que eu acho é que a partir do momento em que os críticos se tornam previsíveis (menos os do Público que são sempre ferozes, já há algum tempo) a sua credibilidade (que para mim já era pouca) diminui bastante, se é que não desaparece por completo. O que normalmente mexe comigo é a crescente injustiça das críticas, que esfola filmes tão completos e tão apreciados pelo público em geral, e a estapafurdice da maioria delas (devido à fuçanguice de querem destruir o filme), que recentemente atingiu o cúmulo que contado parece anedota. Provavelmente já se aperceberam que me revoltei devido às críticas que Alexandre, o Grande, tem recebido. Isto porque, as pessoas que eu conheço que já o viram, todas elas gostaram muito do filme, será coincidência esta divergência? O extremo a que me refiro (que já mencionei no post anterior) encontrei-o na crítica da Visão ao filme, que chega à idiotice de que o filme se centra muito em aspectos da personalidade principal. E eu pergunto-me, será que é de estranhar que um filme chamado Alexandre o Grande, seja antes de mais acerca da vida desse senhor?
Deixo aqui a minha crítica aos críticos, que ultimamente não dizem nada que jeito tenha, e que sinceramente não compreendo: Se não gostam de filmes porque é que são críticos de cinema?
Abrações Grandões deste vosso dedicado, algo irritado (lol :o)

Alexandre, o Grande

Vi, gostei Muito e recomendo vivamente. Isto, independentemente das críticas injustas, penso eu de que o filme tem sido alvo. Por um lado foi bom, porque fui isento de expectativas para o filme e acabei por adorar aquelas três horas intensas, aquele resumo daquela vida colossal tão bem representada. Ao contrário dos críticos achei os actores muito bem mesmo (Collin Farrell no seu melhor, com o carisma e a força necessárias para aquele papel; Angelina Jolie...linda de morrer e muito bem também; Anthony Hopkins igual a si mesmo; Jared Leto surpreendente; etc.), não sei porquê mas não vejo o Leonardo Di Caprio a fazer um Alexandre tão bom como Collin Farrell, mas...pronto! Achei o filme agressivo, sexual, sensual, carregado de uma mística enorme, com cenários, guarda-roupa e caracterização espectacular. E, ao contrário do que muitos críticos dizem, achei a caracterização das personagens excelente e extremamente cativante (ao contrário de certos e determinados críticos que dizem que o filme se centra em demasia nos aspectos da personalidade - isto só deixa ver que eles não sabem o que querem...senão é do cú é das calças, senão é das calças é do cú, nunca estão satisfeitos, de Tróia disseram o contrário), as cenas das batalhas muito bem conseguidas (embora um bocadinho sangrentas) e o jogo com o simbolismo grego muito original e contextualizado. Quanto à razão da polémica do filme, a bissexualidade de Alexandre, achei que foi um dos aspectos mais bem conseguidos em todo o filme, sem cair em exageros nem recorrendo ao estereótipo de que um dos envolvidos tem que ser algo efeminado (ambos eram guerreiros), mostrando de uma forma muito bonita a admiração e parte espiritual do amor entre eles. Enquanto isso, o seu lado heterossexual nunca é descurado completamente, e é até bem patente em alguns momentos do filme. Relativamente à prática homossexual entre os gregos, penso que já é dado adquirido que esta era encorajada e tida como normal e até mais natural naqueles tempos, por isso não compreendo a polémica toda.
Por isso aconselho vivamente o filme, e atrevo-me a dizer que é um filme de grande qualidade, e um excelente épico.
Abrações grandões

P.S. Só um conselho, não o vejam se virem que estão na sala com pessoas preconceituosas, putos e senhores que têm medo que a pilinha encolha se não gozarem com insinuações amorosas entre homens.

sábado, dezembro 04, 2004

Parabéns Rui

Não sei se vais ver este post, mas quero aqui solenemente dar-te os Parabéns Rui Martinho e desejar-te as maiores felicidades. Eu sei que às vezes eu mereço umas belas de umas xeypads (e hoje mais do que nunca) mas quero que saibas que te considero um amigo MUITO especial. És uma pessoa que fui conhecendo e que se tornou daqueles casos de amizade crónica e aguda, amizade essa que tem lugar cativo no meu coração para o resto da minha vida. Gosto muito de Ti. Que tenhas TUDO de bom porque tu és das pessoas que mais mereces, porque és das pessoas mais bonitas que alguma vez conheci! E quero que o saibas sempre!
Parabéns amigão, sabes que podes sempre contar comigo, e o meu obrigado por poder contar contigo também!
Abraços do tamanho do Mundo
P.S. desculpa se está foleiro
P.S. 2 desculpa o que eu ia fazendo
P.S. 3 a benção para os dois (afinal eu ainda sou o padrinho) e que saibam que a vossa felicidade faz parte da minha também (beijinhos grandes para ti Diana)

Viagem de comboio

A paisagem passa, eu recuso-me a mexer daqui. Vejo os prédios que se atropelam para me alcançarem o campo de visão, enquanto as vidas que neles germinam prosseguem indiferentes, sem darem por mim. No fundo, também eu não as vejo, adivinho-as, sinto-as sem saber se elas sentem a minha. O respirar da natureza alivia a corrida desenfreada dos edifícios e das ruas, para se mostrar e contrastar com as suas múltiplas vidas, elas sim tão conscientes das nossas.
Magoa o abismo que se encontra entre duas vidas distintas, no fundo tão semelhantes, no fundo tão simples. E de repente vejo os meus olhos inundados pelo rio que corre por baixo de mim, e abruptamente divide dois pedaços de terra, pejados de vida. Vidas diferentes, tão únicas à sua maneira e tão iguais umas às outras, afinal não se resumem elas ao mesmo? Não buscam todas elas a mesma coisa? Porquê privar algumas de caminhos que tantas outras sabem e que são atalhos para dar a busca por terminada? Não vimos todos do mesmo? Não voltaremos todos ao mesmo? Aqui e agora temos já o nosso destino traçado, que invariavelmente temos de aceitar, pois que não há outra solução. Quem o não faz sente o amargo do fel, enquanto este ensopa cada olhar, cada suspiro, cada sopro de ar que de nós sai e que em nós entra. Sem que se possa fazer algo, tinge a vida de um negrume baço, pois não é por não se aceitar o destino que nos está reservado, que vamos compreender no fundo a nossa natureza. Então, fecho os olhos e resigno-me à minha condição, não vale a pena indagar mais...não vou alcançar nada, nem nada de bom me trará. É engraçado como a ignorância pode, de facto, por vezes ser uma garantia de felicidade...Raios partam a consciência da nossa existência.
E então refugio-me no conforto das minhas crenças, no que nos transcende em que cada vez mais acredito, sem poder prová-lo concretamente...mas, ao menos acalma a tempestade violenta que assola a minha razão quando se trata de pensar no ser. Penso em como se calhar, o sentido para a vida que tantos procuram em sítios tão mais complexos, se encontra nas pequenas coisas, nos sorrisos, nos olhares, nas carícias que se trocam, nas lágrimas e nas mais pequeninas coisas que povoam o nosso ser, mas que por serem tão simples (mas também tão bonitas) passam tão despercebidas. Se calhar o sentido está simplesmente em ser, aproveitar a vida como ela se nos apresenta, percorrer os caminhos que ela nos permite sempre com a esperança como combustível para o sorriso constante. Olhar em volta e abraçar os outros e todas as coisas que nos lembram constantemente de quão preciosa é esta nossa vida, e que nos lembram da magnitude desta dádiva que nos foi concedida. Assumir e mostrar com orgulho os sorrisos, as lágrimas, tudo o que nos inflama este ser, e que o enriquece tornando-o tão mais bonito. Aproveitemos então...porque se não o fizermos, que sentido terá a vida?
Abrações grandões