terça-feira, julho 11, 2006

Napoleon Dynamite (de Jared Hess; com Jon Heder, Jon Gries, Aaron Ruel, Efren Ramirez)



























IT'S JUST A MOVIE! GOSH!
É a frase que devem ter em mente ao ver este filme que é dos mais disparatados que já vi, mas que força a um sorriso trocista durante todo ele. Há alguns momentos de gargalhadas estridentes, mas a maioria do filme é constituído por cenas nas quais só apetece fazer como o Homer Simpson ("Dough!") e levar a mão à cara de tão estapafúrdias. Mas é impossível não achar este filme um gozo. Este sim é um filme em que todas as personagens são mesmo PERSONAGENS.
Vou tentar resumir a estória, que quase não existe, dado que na minha opinião está aqui material para série:
É a estória de um estudante do secundário chamado Napoleon Dynamite, mentiroso nato, que vive com a avó radical (que parte o cóccis a andar de buggy no deserto) e o irmão mais velho (30 e tal anos) que passa o dia a namorar na internet, onde conhece o amor da vida dele e está convencido que é um óptimo argumento para fazer pirraça ao irmão. Devido ao acidente da avó, o tio Rico vai viver com eles. Este tio só come bifes, vende tupperwares e tem um trauma por ter sempre ficado no banco nos jogos de baseball, daí a pancada por voltar atrás no tempo ("Se o treinador me tivesse posto a jogar...!").
Napoleon é um jovem completamente excluído (quem sabe à sua maneira de falar, óculos enormes, olhos constantemente semi-cerrados e juba de caracóis, adicionando as calças até ao pescoço). É gozado na escola pelos populares, mas também porque gosta de pregar a sua peta, e guarda batatas fritas no bolso para comer enquanto faz testes. A meio do ano surge um aluno latino-americano (Pedro) que se torna o seu melhor amigo. Pelo meio da estória surge uma rapariga que vende porta-chaves e tira fotografias como se fosse uma filosofia, que se torna o interesse de Napoleon. Surge o baile de finalistas, e a eleição do presidente dos alunos, para a qual Pedro se candidata por influência de Napoleon, e que culmina com uma apresentação de dança de Napoleon ao som de Jamiroquai (graças à namorada do irmão que o vai visitar e o torna street).

Cómico. É o que eu posso dizer, não é o filme da minha vida, mas é daqueles que depois não esquecemos algumas das falas e rimo-nos quando as repetimos.

Abraço...Ah e não se esqueçam: Vote for Pedro

Equilibrium (de Kurt Wimmer; com Christian Bale, Emily Watson, Sean Bean)


À partida pensa-se instantaneamente no "The Matrix" ao ver este filme, principalmente em termos visuais e das coreografias altamente elaboradas de luta (embora neste filme se recorra maioritariamente a armas de fogo, sem no entanto deixar de haver as frequentes acrobacias).
No entanto, considerando a estória principal do filme cheguei à conclusão que, não tirando de qulaquer forma os louros à inovação do "The Matrix", para mim este filme foi muito mais interessante. Resumindo, a acção passa-se no futuro, no qual as pessoas são obrigadas (por ordem de um ditador que chamam Pai) a tomar um suplemento que inibe as reacções emocionais humanas, algumas vezes ao dia, sendo completamente proibido e criminoso falhar alguma dose. A lógica por detrás desta inibição é que são as emoções (negativas e extremas claro) que levam à guerra, aos conflitos, e crimes pelo que a sua supressão poderá levar ao estabelecimento da sociedade perfeita. No entanto, ter-se-ão de sacrificar as emoções positivas, mas tendo em conta o propósito e ambição da sociedade perfeita é um sacrifício justificável. Assim sendo os cidadãos desta sociedade são autênticos "monos" que não expressam qualquer tipo de emoção (algo sobre o qual estava extremamente céptico mas acabei por ser surpreendido).
Escusado será dizer que existe uma força de elite para combater os indivíduos da Resistência, que mais não são as pessoas que se recusam a submeter a tal controlo e preferem viver com emoções (embora clandestinamente), mesmo sabendo o risco que correm dadas as medidas extremas utilizadas contra eles por não tomarem dose e pela simples possessão de qualquer obra de arte ou música (ou seja, qualquer objecto capaz de suscitar emoções). Essas medidas são o julgamento e, quase sempre, a execução pelo fogo (tipo caça às bruxas).
Ora bem tudo muda quando a personagem do Christian Bale, o membro mais eficaz da força de elite, estraga uma dose do inibidor e não consegue substituí-lo a tempo. A partir daí é previsível o que acontece...ele começa a sentir e a compreender os da resistência, etc. No entanto, lá pelo meio há umas reviravoltas bem pensadas na estória que ainda nos trocam as voltas algumas vezes.
Das interpretações há a salientar a de Christian Bale, que mais uma vez mostra todo o seu talento e carrega literalmente, na minha opinião, o filme às costas sem esforço nenhum (não tirando o mérito à estória óbvio). A inexpressividade dele durante dele (propositada obviamente,lol) é surpreendente e espectacular, tal como a sua (re)iniciação ao mundo das emoções, pela brilhante Emily Watson.
Visualmente o filme está bem conseguido (muito melhor que o mais recente "Ultraviolet" do realizador) e a arte marcial inventada pelo realizador para o filme resulta muito bem, e chega a ser interessante e original.
Recomendo aos fãs do género por tudo, e aos que não fãs do género para espreitarem a estória que é muito pertinente e bem elaborada.
Um abraço

sexta-feira, julho 07, 2006

O Novo Mundo (de Terence Malick; com Colin Farrel, Christian Bale, Q'rianka Kilcher


Poesia...pura e simplesmente poesia. Um dos melhores filmes que eu já vi (por isso esperem uma opinião extremadamente positiva não se admirem).
O que dizer de um filme tão emocionante e sentimental, que consegue, para mim, a proeza de ter quase todas as cenas exímias e bonitas. Um puro estilo contemplativo que verte sentimento e entrega, amor e emoção em cada paisagem e em cada olha trocado entre os protagonistas.
Uma das mais belas estórias de amor, em que tanto é dito sem uma única palavra sair da boca dos personagens. Uma estória de esperança no amor, em encontrá-lo onde menos se espera, e em estar cego por um (aparente) grande amor não vendo outro grande amor, maior ainda.
Questiona-se tudo no amor, o que faz falta, o que importa.
Os actores estão soberbos de corpo e alma entregues às respectivas personagens, transparecendo em todos os gestos a essência de cada uma delas.
A verdadeira procura de uma casa, de um lar, no coração quente de quem nos ama.
Preparem-se para o Manuel de Oliveira estrangeiro...convém irem imbuídos de espírito de contemplação e deixem-se levar pelos planos magníficos e interpretações estupendas.

Abrações :o)

The thin red line - A barreira invisível (de Terrence Malick; com James Caviezel, Sean Penn, Ben Chaplin, Adrien Brody...e podia continuar)

Depois de ver este filme esqueci por completo o Resgate do Soldado Ryan e coloquei definitivamente o Steven Spielberg fora do pedestal e do círculo de "amigos" (o descambar começou com A Guerra dos Mundos), e deixei entrar esse grande senhor Terrence Malick que já me havia deslumbrado com o Novo Mundo (opinião para breve).
Neste filme que à partida pode ser apelidado de filme de guerra, de facto é-o mas de uma outra guerra que não a mais óbvia...uma guerra interior. O terror, o medo e o chorrilho de emoções que perpassa a alma e os corações dos jovens soldados que se vêem confrontados com o degredo da condição humana (esta ambição de se andarem a matar uns aos outros como se a vida fosse como num jogo de computador onde se tem continues). Na minha opinião sincera não me interessa (tanto que não fixei) o local em que decorre a guerra, que guerra é, etc. pormenores comezinhos comparados com a beleza das paisagens e das histórias individuais de cada um dos soldados presentes no campo de batalha ainda que apenas como figurantes. Mais uma vez tanto é dito sem se dizer nada, e os momentos de introspecção audível são de uma beleza extrema.
Os actores estão todos perfeitos e não descolam das personagens nem um segundo, e um misto de emoções é visível nas suas expressões, nos seus olhares, nos seus movimentos a medo por entre terreno desconhecido.
No final, uma forte mensagem contra a sede de poder desmesurada de uns poucos, pela qual muitos pagam muitas vezes com a vida.

Foi um filme que me emocionou do princípio ao fim, empatizando com todas as personagens e sentindo bem cá no fundo uma angústia por saber que é verdade o que se passa no ecrã. Deixou-me sem palavras.

Recomendo vivamente a toda a gente, mas têm de ser tolerantes a longa duração e momentos muito longos de contemplação (da natureza e humana). Advirto que não esperem um filme de guerra puro e duro, com sangue a jorrar e em que cada plano se ouve o martelar de armas de fogo. Se bem que existam essas cenas é incrível como são meros instrumentos e elementos decorativos, dispensáveis e acessórios ao principal.

Ah, e (especialmente para os homens) se virem o filme agarrados aos tomates e com os níveis de testosterona muito elevados não vão gostar. Penso que ficarão assustados por ver de que fibra o homem é mesmo feito.

Abraços Grandes

Ellie Parker (de Scott Coffey; com Naomi Watts e Scott Coffey)


À partida trata-se de um filme sem qualquer propósito uma vez que não estamos perante nenhum argumento elaborado nem nenhuma intriga de ficar agarrado à cadeira (ou lá onde vêem os filmes) à espera do que vai acontecer a seguir.
A estória é a da crise existencial de uma aspirante a actriz no seu dia-a-dia de correrias de um casting para outro, incluindo trocas de roupa, maquilhagem e ensaio dos textos enquanto vai a conduzir.
O filme por si só não é um grande filme e está muito longe disso, mas é um filmezito agradável que entretém e diverte (em especial algumas cenas bastante cómicas) e que deve quase tudo, senão tudo mesmo à prestação e entrega de Naomi Watts que no fundo parece estar a tentar provar algo que não precisa de provar...que é uma grande actriz, com muito carisma e que tem talento não sendo preciso valer-se da sua cara bonita. Aliás, uma coisa é provada neste filme, nomeadamente que Naomi Watts é de facto muito bonita sem camadões de maquilhagem.
Os incidentes sucedem-se em catadupa, uns com mais piada que os outros, uns fazendo mais sentido que outros (um ou outro são um pouco rebuscados). Algumas cenas parece que são colocadas para aumentar a duração do filme (note-se uma cena com macacos totalmente descabida e completamente fortuita), mas no todo é um filmezito divertido, que no fundo não tem ambições de ser mais do que aquilo que é...simples.
Não o aconselho a toda a gente, dado que algumas pessoas poderão chegar ao fim e pensar..."Isto até eu fazia com uma câmara de filmar normal".

Próximos posts...

Eu tenho a esperança de que este Verão vai ser frutífero no que toca a filmes, e em apenas um mês já se revelou como tal. Vai daí decidi que vou começar aqui a postar as minhas OPINIÕES (favor não confundir, e levar à letra...PERSPECTIVA PESSOAL) acerca dos filmes que vejo. Quem me conhece, mesmo que minimamente sabe perfeitamente que é raro (muito muito muito raro) eu não gostar de um filme, pelo que o mais provável será eu colocar aqui opiniões favoráveis a todos os filmes que eu vir. Eu sou daqueles de procurar o melhor de cada filme, porque acredito que tudo tem um lado positivo. Mesmo que a estória não seja a mais profunda tem sempre valor nem que seja de entretenimento (eheheh! ;o).
Assim sendo vão começar aqui a surgir opiniões de filmes (alguns já com alguns aninhos que eu só agora vi) e gostaria de pedir que não se sintam inibidos de expressarem as vossas opiniões acerca dos mesmos e partilharem o vosso acordo ou desacordo comigo.

Desde já um grande abraço e esperem para vir até agora (desde o início de mês de Junho) cerca de 10 filmes sem ordem específica de preferência e de data de visionamento.

;o)

domingo, julho 02, 2006

Stay


There is a place between the living and the dead you're not supposed to stay...

Emocionante...Inesperado...

Tive uma reacção que não estava nada à espera com este filme, tocou-me bem fundo...

Adorei...but watch with an open mind

Abrações Grandões