terça-feira, novembro 30, 2004

...

Porque é que eu sorrio, quando no fundo muitas vezes as razões que eu tenho são para chorar? Sinceramente às vezes não sei o que seria de mim se não fossem os meus amigos...(soa repetitivo mas eu sou assim). Quantas vezes não paro a pensar e sinto as lágrimas a fervilhar nos olhos, impacientes para rolarem cara abaixo, impulsionadas por sentimentos que de vez em quando despertam e me corroem baixinho, e que mesmo assim tento abafar ainda mais? Não percebo porque muitaz vezes me emociono tão profundamente só com uma simples música, ou um filme, parece que as melodias e as imagens despertam o que está adormecido...e aí choro, liberto escondido o que me vai na alma, enquanto as grossas gotas de água inundam os meus olhos e me afundam na tristeza. Não sei porque me deixo afectar por coisas tão simples, ao ponto de uma simples coisa destrinçar tristezas e amarguras tão profundamente escondidas. Eu próprio as escondi para que não me conseguissem atingir, mas mesmo assim por vezes tornam-se incontroláveis e soltam-se da escuridão para se deixarem ver e se vingarem do meu esforço em contê-las.
O mais pequeno desgosto torna-se um mar de lágrimas, e a minha tentativa de o arrancar puxa a raíz enterrada cá no fundo, que parece não ter fim, e que se prolonga...até eu desistir de a puxar e enterro tudo novamente, sempre ciente de que mais tarde ou mais cedo uma pequena pontinha vai teimar em sair...
Muitas vezes sinto o tropel de coisas que me provocam esta tristeza, tal que me impossibilitam de nomear uma única razão para ela, e então fico desamparado...sozinho com as minhas angústias, tristezas e outro sem fim de sentimentos...
Vale-me o sorriso dos amigos, o apoio, muitas vezes inadvertido, que me dão apenas por existirem e eu poder olhar para eles e sorrir-lhes, e sentir o amor e carinho que tenho por eles, mesmo que não troquemos palavras. Vale-me o carinho da família que me resguarda e a quem tento retribuir tudo o que me dão (embora eu saiba que é impossível). Vale-me o espírito de criança que teima em não sair de mim e me faz brincar e rir a bandeiras despregadas da mais mínima coisa, mesmo que aos outros apenas gere um sorriso. E aí, tento limpar o rio triste que me corre dos olhos, e choro de alegria, tentando purificar o as águas negras que de quando em vez teimam em cair...
E, agora, mesmo a sentir as lágrimas escondidas à beira dos olhos enquanto dedilho atrapalhadamente as teclas do computador, um milhão de imagens percorre-me o pensamento e vejo a complexidade de mim. As florestas escuras e tenebrosas, que se revoltam e em momentos escondem a luz nas planícies onde brilha a luz dos meus sorrisos mais sinceros e ecoam as gargalhadas por entre todos os cantos. Mas...assim sou eu, embora por vezes quem dera ser diferente....
Abração grandão deste para sempre vosso

segunda-feira, novembro 29, 2004

Falta de inspiração

Pois é, ultimamente tenho andando com uma grave crise de falta de inspiração que me irrita solenemente. Não só por querer escrever qualquer coisa aqui no blog, mas também para dar largas à minha imaginação em outras aventuras da escrita (que mesmo quando estou inspirado saem uma grande bodega). Por isso resolvi escrever este piqueno post, para aqueles que (ainda não estando fartos da minha escrita e de mim) esperavam alguma coisa aqui no blog. Pois bem, decerto não será um post digno de ler exaustivamente, mas ao menos podem contentar-se com estas letras aglomeradas a formar palavras e frases (embora o seu propósito seja deveras inútil)sobre as quais podem passar os olhos e jeito de distracção.
Não é que eu não tenha motivos para escrever, já que há muitas coisas sobre as quais eu gostaria de escrever, nomeadamente, a importância das coisas simples da vida que parece ficar encoberta com o espírito materialista que desperta nesta altura do ano, a admiração que eu nutro por quem tem coragem de ir fazer Erasmus e enfrentar uma aventura de uma vida,como não deve haver muitas (e as enormes saudades que tenho dos que estão a fazer Erasmus este semestre/ano), e ainda, sobre a eloquência de alguns amigos e colegas meus, acompanhada com conhecimentos vastíssimos nos mais variadíssimos temas, que fazem o meu nível de conhecimentos comparável a um livro infantil de estórias de embalar para bebés dos 0 aos 2 anos.
Como podem ver não é que assunto me falte, e eu cá à falta de assunto trago sempre à baila o filme da minha vida (do qual não vou dizer o nome para não me baterem com muita força), e o leque de sentimentos e emoções que me invadem todos os dias pelas mais pequenas razões.
Bem, acabei por escrever um bocado, mas de facto nada de jeito saíu (se é que essa não é a regra aqui no blog), ao menos entretive-vos um bocadinho, se sequer chegaram a esta linha.
Um grande obrigado e o mais sincero pedido de desculpas pela falta de inspiração
Abrações Grandões e dedicados deste sempre vosso

quinta-feira, novembro 25, 2004

Viagem ao passado no presente

Não sei se sou eu, mas eu gostava mesmo muito de poder arranjar maneira de visitar todos meus colegas desde a primária. Eles têm a sua vida e eu tenho a minha (embora gostasse de cruzar caminhos novamente), por isso nem que fosse só por uns momentos só queria vê-los, e falar-lhes. Ver como cresceram, os jovens adultos que se tornaram, por onde andaram, para onde divagaram desde aqueles tempos, do que se lembram de quando andávamos juntos...Gostava de saber se mesmo crescendo separados, seguindo por caminhos diferentes, poderia sentir novamente aquela cumplicidade que existia quando brincávamos no recreio. Dizer-lhes quantas vezes me lembrei deles, e como os imaginei assim crescidos...como eu, e saber se tabém eles se lembravam de mim (mesmo sabendo que isso seria difícil, mas não fazia mal...ficava tão contente só de por instantes estar com eles outra vez). É impossível, eu sei. Mas sempre fui e sempre serei sonhador. E agora, olhando para os amigos e amigas que me rodeiam, penso em quanto mudei com a idade, e como as amizades mudaram. Penso neles todos agora à minha volta, e tento confortar-me com o sentimento que se calhar não nos vamos separar, como aconteceu com os meus amigos de infância, e que não vou precisar de imaginar como eles estarão daqui a uns anos...porque eles vão estar ao meu lado ainda. Estarei a sonhar alto? Não sei, espero que não...e, por agora, prefiro acreditar que não!
Abrações grandões

quarta-feira, novembro 24, 2004

Não quero dormir...

Não quero dormir, não quero desperdiçar tantas horas da minha vida deitado, a perder momentos de vida, que podiam ser tão preciosos.
Porque é que nós não podemos só precisar de 30 minutos de sono?! Quanto tempo de sobra não teríamos nós para fazer o que gostamos, estar com quem amamos, sem termos de nos preocupar com a hora de dormir, para dormirmos horas suficientes.
Não sei se a minha opinião é partilhada. Eu até gosto de dormir, mas enerva-me porque é que o temos de fazer, quando eu queria fazer tanto e às vezes o tempo não chega!
Seria tão bom usarmos as 24 longas horas do dia para algo útil e prazeiroso, porquê dormir?!
Abraços consternados

De novo...

De novo ri, de novo chorei, de novo senti os arrepios que teimam a percorrer-me a espinha incessantemente. Porquê? Não sei bem. Não me peçam para explicar porque eu sou parco em palavras no que toca a estes assuntos.
É mais do que eu alguma vez possa ter imaginado... Senti de novo aquela vontade pulsante em todas as veias de ganhar coragem e meter-me à estrada também, descobrir e aprender, viver mais intensamente. Senti de novo a importância dos amigos, e a tristeza de romper com os que tenho perto de mim. Senti de novo a tristeza nos olhares daquele povo, daquelas pessoas que pouco têm, e tanta força têm para continuar a lutar, apesar das injustiças que os atropela incessantemente.
De novo incorporei todas aquelas imagens no meu ser, e o meu sangue pulsou ao ritmo de cada minuto, cada segundo. Deixei transbordar dos meus olhos, para dentro de mim toda aquela paisagem, toda aquela gente...toda aquela vida.
Decerto soará já um pouco ridículo aos vossos ouvidos, toda esta importância atribuída por mim a um simples filme, que para mim é mais do que isso...é uma experiência. Mas talvez já se tenham sentido assim com algum filme, e aí me possam compreender...talvez não e não consigam, mas não importa. Quero apenas que saibam que o filme me fez repensar a vida, e me assegurou mais o quanto eu devo e quero apegar-me aos meus, às pessoas da minha vida, que mesmo curta pode almejar ser para sempre.
Novamente o digo...palavras para quê? Não lhes consigo fazer muito bom uso nestas alturas em que o coração fala mais alto, e são os sentimentos fortes que me unem aos outros que me empurram o sangue nas veias e dão vida ao meu corpo.
Mesmo que não partilhem isto comigo (Fuser migão eu sei que tu sim, que este é o nosso filme, abração), não faz mal, eu partilho com vocês, porque agora faz parte da minha vida, e incorpora como eu a vejo e vejo as pessoas (principalmente as de quem gosto).
Chamem-me lamechas, chamem-me parvo...não faz mal.
Abrações do tamanho do Mundo deste para sempre vosso

Diários de Che Guevara 2 (ou melhor, 3!)

Palavras para quê?....
É o filme da minha vida!

sábado, novembro 20, 2004

Belleville Rendez-Vous

Eu sei que sou um bocado chato com os Diários de Che Guevara (não é que não seja justificado, mas prontos!) e por isso, meus amigos, para de alguma forma os aliviar, vou falar-vos de outro filme que não esse. E, calculo que pelo título já tenham lá chegado. Pois é, ontem vi um dos filmes de animação mais cómico e imaginativo que algumas vez já vi (gostei muito do Nemo, mas o Óscar devia ter ido para este). O filme é pura e simplesmente GENIAL. Desde a estória (tão simples mas capaz de proporcionar dos momentos mais hilariantes, sem ter que dar nós e mais nós até que uma pessoa tenha que parar para pensar), passando pelos personagens (as tripletes estão ESPECTACULARES, o cão é um gozo, e a Madame Souza esbanja ternura com aqueles olhões com que olha o neto) e pelos cenários (de morrer a estátua da liberdade gorda, e os cidadãos de belleville bem anafados também, a fazer lembrar uma certa e determinada cultura). As cenas de acção são do mais imprevisível e inventivo (ninguém diria que um cenário movido a bicicletas conseguiria despistar meia dúzia de carros de capangas armados,tão eficaz e rapidamente) e no geral o filme proporciona uma horita e picos de pura diversão e ternura (tão bem expressa na dedicação daquela avó ao seu neto). O mais espantoso é que o filme quase não tem diálogos, e vendo bem nem precisa deles (devido a um problema qualquer que não descobri o que era, tive que ver o filme sem legendas, mas....não fizeram falta nenhuma), as acções, as personagens, os olhares expressam tudo (talvez mais do que qualquer diálogo poderia conseguir) de uma maneira tão inocente e bonita que o filme é um regalo não só para os olhos, mas também para o espírito. Faz rir, faz rir mais um bocadinho e faz sorrir o mais sincero dos sorrisos com as personagens e o que elas sentem e fazem. E o mais engraçado é que as personagens nem são muito expressivas...são o suficiente para a pessoa simpatizar com elas, e entender o que sentem. São estóriazinhas destas que mostram como os sentimentos às vezes não precisam de grandes coisas para serem especiais, só deste ou daquele simples olhar, e deste ou daquele sorriso no canto da boca. Amei o filme e recomendo a toda a gente.
Abraços Grandes

sexta-feira, novembro 19, 2004

Complexidades

Porventura o último post pode mostrar (pelo menos a quem não me conhece assim tão bem) uma imagem de mim que não parece corresponder à que eu transmito todos os dias, ou até que transmiti nas coisas que escrevi. Pois bem...resta-me dizer, que por incrível que pareça há espaço para essas duas facetas dentro de mim, apenas que uma está mais camuflada e escondida e só algumas pessoas a conhecem. Também, diga-se de passagem que não é muito bonita e, não fosse a minha extrema necessidade de desabafar a mais pessoas o que me lateja há muito cá dentro, talvez algumas pessoas continuavam sem a conhecer. Não quero com ele que as pessoas pensem que estou a armar-me em coitadinho ou coisa do género. Há dias disseram-me que eu não me deixava conhecer facilmente. Pois bem, então que este espacinho (sempre aberto a todos, amigos ou desconhecidos) permita deixar-me conhecer melhor a quem de facto me quer conhecer melhor e ainda não conhece (mesmo poucos que sejam). E, visto que decerto as (poucas) pessoas que lêem este blog me são próximas, e eu as considero muito importantes para mim, que este desabafo seja uma mostra dessa grande importância que têm, se é que não sabiam já.
Abraços grandes deste vosso sempre dedicado amigo

O que eu espero da vida...

Hoje de manhã, na reunião do grupo de teatro lá da faculdade (para o qual eu finalmente arranjei coragem de entrar, mas que estou a ver que não tenho jeito nenhum e até tenho vergonha de estar a estragar o grupo) houve uma altura em que a seguinte frase saltou no ar: "Pensem no que esperam da vida...". Então qual revelação divina, milhões de pensamentos acorreram-me à mente (o mais certo é vocês não estarem minimamente interessados e eu até compreendo), embora eu estivesse numa posição deveras desconfortável ao ponto de me inchar a mão que me apoiava no chão, e deixar de sentir o braço. Mais a sério, pus-me mesmo a pensar sobre o que queria e simultaneamente aos pensamentos, uma vasta gama de sentimentos acompanharam o fluir dos primeiros. Mas sentimentos tão....sem sentido aparecerem juntos.
Primeiro fui tomado por uma tristeza funda, por esperar sem conseguir alcançar alguém a quem dar o amor que tenho guardado no coração, e que tem vindo a acumular, transbordando já por não ter destino. Ou melhor, por não ter destinos que se deixem afundar nele. O pior é que cada vez mais o meu coração ama desenfreadamente, mas nunca consegue dar vazão ao sentimento intenso que gera, e então derrama...e amarga, aperta e entristece, tenta sair do corpo pelos meus olhos...tanto sai mas tanto lá continua, ainda mais forte. E assim tenho que viver com ele, a corroer devagarinho, embora muitas vezes pareça já adormecido. Tento cobri-lo e disfarçá-lo, mas custa tanto e a felicidade que sinto por quem podia ser feliz comigo mas está afundada noutros mares, não consegue remediar tudo (desengane-se quem pense que é tão simples assim). Não fossem as pessoas que me rodeiam estaria perdido...o amor por elas dá-me força.
Depois um misto de raiva e indiferença, dizia-me para olhar em frente e esquecer. Ou porque eu não merecia o que queria, ou porque não valia a pena perder tempo...foi confuso mas ao mesmo tempo nítido. Pelo menos percebi como devia olhar o futuro. Mas o pior é que não consigo e aquela dorzinha, agora apenas forte em alguns momentos, persiste, embora eu consiga passar um pouco por cima dela, só tocando de leve nos ramos mais altos.
E entretanto, lá vou mantendo a esperança, sempre em busca de conseguir apagar tudo com gargalhadas e momentos bem passados com quem é importante para mim. Sempre à espera...mas agora mais do momento em que o improvável aconteça, ou em que eu de uma vez por todas me tenha que resignar ao que em momentos tristes e solitários me parece evidente. Fica o aconchego grande que é suficiente para me aquecer a vida e o coração, e me faz esquecer dos meus problemas, que é a pura felicidade dos que amo que me satisfaz e me devolve a beleza (às vezes parece que desaparecida) desta vida aos olhos. Obrigado a todos.
Abraços grandes e que a felicidade de todos consiga contagiar outros tantos.

terça-feira, novembro 16, 2004

Pedido de desculpas 3

Pois é, eu calculo que já estejam bem fartinhos de me ler a pedir desculpas. Mas...eu cá sou assim, e a razão porque as peço agora é de suma importância. Pois bem, desde já, e cedo se devem ter apercebido, que eu sou um leigo nestas coisas da internet e muito mais no que toca a blogs. Resumindo, eu sou um zero à esquerda, à direita e em todas as coordenadas, nestas coisinhas, e basicamente só sei que se escrever aqui num quadradinho depois até aparece assim muito bonitinho numa página magnífica...que eu escolhi de entre muitas já fixas no site. Para mim, isto só lá vai com frases curtas e simples com uma caixinha ao lado para carregar com o botão e aparecer uma cruzinha se queremos o que lá está escrito, ou então é o perfeito desastre. Ora, e é precisamente esta minha...como dizê-lo...total falta de jeito (e isto ainda soa a pouco) que me dá crises de ansiedade por não conseguir prestar tributo aos blogs que tanto me inspiram pondo links aqui no site(embora eu calcule que os meus possíveis leitores conheçam já estes blogs, eventualmente recorrendo a eles como antídoto da parvoíce que lêem aqui). Por isso eis uma lista dos blogs que TOOOODA a gente devia ler:
www.oraculodosbasbaques.blogspot.com
www.obichodaescrita.blogspot.com
www.patavino.blogspot.com
www.osmonologosdapiroca.blogspot.com
www.devaneiospospuberes.blogspot.com
www.perdidosouachados.blogspot.com
www.sonhosperdidosnotempo.blogspot.com
www.maisdmim.blogspot.com
Não escrevo mais porque não sei se mais alguém tem. Se tiver avise, que eu cá sou leitor assíduo de todos.
Abraços grandes

segunda-feira, novembro 15, 2004

Hoje e Sempre

Hoje acordei, cheio de esperança inspirei uma lufada de ar
Enchi o peito de amor e abri os olhos para deixar entrar a luz do sol
Senti o frio na ponta do nariz e deixei-me levar mais um pouco pelos sonhos
Sorri para mim e para todos mesmo não me vendo
Levantei-me e espreguicei-me até não poder mais
Foi pena porque senão tinha abraçado o Mundo todo
E nem sequer deu para uma festinha na cabeça
E para emprestar o meu ombro para afogar as mágoas e limpar as lágrimas
Resolvi sorrir-lhe o meu mais aberto e sincero sorriso
Só espero que me tenha visto
Fui à janela e dei os bons dias a tudo
De repente, apeteceu-me brincar, vestir-me à pressa e ir brincar para a rua
Chamar os meus amigos e amigas todas e correr até ficar desfraldado
Mas sem nunca perder o ânimo para continuar a brincar o dia todo
Ou até mesmo a vida toda
Correr e brincar porque se tem a vida toda pela frente
Engraçado que ainda tenho a vida toda pela frente e já não corro e brinco como costumava
Resta-me o contentamento dos amigos e das amigas
E esta vontade embrenhada cá dentro que desperta comigo todos os dias
Esta necessidade, este desejo que faz parte do meu sangue
Que pulsa nas minhas veias e que mora no meu coração
Rir, sorrir, chorar e brincar...quando eu quero
Vontade de ser criança
Hoje e Sempre
Abraços grandes

sexta-feira, novembro 12, 2004

Criancices

Ontem dei por mim na reprografia da faculdade a sorrir e a pensar que gostava muito de ver as folhas a sair da fotocopiadora. Cheguei mesmo a comentar com a minha amiga Diana (companheira das azáfamas na reprografia) que parecia uma criancinha a ficar feliz com uma coisinha tão simples e banal, e se calhar até um bocadinho...palerma. E comecei a pensar em como às vezes pareço um miúdo autêntico a brincar, e a achar graça às coisas mais improváveis a partir de uma certa idade. Mas, ao mesmo tempo perguntei-me a mim próprio "Mas porque é que eu hei-de crescer, se o que o Mundo precisam mesmo é de umas boas gargalhadas palermas e infantis, para fazer esquecer os problemas e mesmo torná-los menos difíceis?".
Abraços grandes
P.S. Alguém quer brincar à apanhada?
P.S.2 Eu não fico, porque eu disse primeiro

quarta-feira, novembro 10, 2004

Pedido de desculpas 2 (agora mais sincero)

Venho por este meio pedir as minhas mais sinceras desculpas aos leitores (que ainda sequer conseguem visitar este blog) pelo post anterior a este. E, para além do mais, referir que há uma explicação lógica para este desvario, o problema é que eu não sei se a conseguirei dar. Provavelmente terá sido um ai que se me deu, um ventinho que mexeu nos meus (poucos) neurónios e que os desordenou de uma forma drástica e pelos vistos com resultados vergonhosos (assumo que tenha sido apenas uma brisa ligeira, porque de facto os meus neurónios não primam pela organização nem pelo bom funcionamento, ou pelo menos adequado à normalidade). Por isso, deixo aqui, do coração, com amizade um pedido de desculpas (não sei se me conseguirão perdoar alguma vez) e uma promessa de que não voltará a acontecer (como é óbvio não vão confiar nas minhas promessas, e de facto fazem bem por não o fazerem porque não consigo assegurar que não me passe dos carretos exageradamente outra vez). Confiando na vossa boa vontade e compreensão...
Um abraço (tresloucado e algo amalucado) grande

E agora para algo completamente diferente...

Eu sei que já estou a começar um bocado mal por estar a plagiar alguém logo no título mas...paciência! Pois bem, este artifício todo é para enunciar que não, não vou escrever mais um post sobre sentimentalices, e que este é sobretudo uma pérola...de idiotice. É verdade, se vocês já achavam os meus posts idiotas vão rejubilar com o extremo que este atinge. Bom, mas prosseguindo...devagar é certo, mas prosseguindo. Ora bem, há uns tempos quando eu era ainda um garoto (andava na secundária) pertencia a um grupo formado por mim, pela Diana e por mais duas amigas nossas (a Daniela e a Filó) que se autodenominava o grupo sensação do momento e que se chamava os "Bate na Filó" (mas fiquem descansados que à Filó nunca aconteceu nada de mal, se é que se chegaram a preocupar). Por esta altura devem estar-se a perguntar como podia ser o grupo sensação se...nunca ouviram falar nada dele. Pois bem amigos, nós não erámos propriamente um grupo de massas mas sim de culto, que reuniu um grupinho de fãs fiéis...na nossa turma pelo menos.
Mas, tentando encurtar esta lengalenga que já vai longa, gostaria de partilhar um dos nossos maiores êxitos entitulado "Hemorróidas". Poderão estranhar à partida o título, mas trata-se de uma tentativa de relatar uma situação difícil da vida real (claro que não falamos por experiência própria mas de ouvir falar deve ser muito mau), retratar um problema que tantas pessoas atinge, num esforço de ajudar estas pessoas a sentirem-se compreendidas. Sem mais demoras então, convido-vos a afinar essas vozes e cantarem a plenos pulmões este primeiro smash hit dos Bate na Filó. Uma vez que a originalidade não deu para mais (se é que deu para alguma coisa) a letra canta-se ao som da música "Baggy trousers" dos Madness, ou quem preferir da sua versão portuguesa "Bué da baldas" dos Despe e Siga.
"Hemorróidas"

Muita dor e muito ardor
Uma coisa do pior
Nós queremos descansar para o rabo arejar
Arranjamos a pomada mas aquilo não faz nada
E cada vez que dói mais, nós soltamos mais uns ais
Estribilho ou refrão (consoante a cultura)
Bolas já não dá, eu quero me sentar
Se isto não me passa já eu vou ter que me peidar
Bolas já não dá, já estou farto do ardor
Se isto não meu passa já, vou deitar fora o odor

Já estou farto desta porra quero é que o cagalhão corra
Faço força não sai nada a não ser a carvalhada
Tento, tento, não consigo, chamo o cagalhão de amigo
Mesmo assim ele não sai, faço força e solto um ai
Estribilho (outra vez para reforçar)

Quero ver-me livre disto, como é que me meti nisto
Aí vou eu para a sanita, tento pô-la mais bonita
Hemorróidas é que são, o que te deita ao chão
Agarra a tua barriga para cantares a cantiga
Estribilho (outra vez para atafulhar nessas cabeças de uma vez por todas)

Hemorróidas (9x)
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E pronto, eis aqui esta fina peça de arte, de extremo bom gosto e delicadeza. Não é demais realçar também a extrema adequação desta peça de poésia lírica ao blog em que se encontra. A razão é fácil de antever. Qual? Estas são as músicas que nos tocam hoje e sempre.
Abraços grandes
P.S. estou comovido
P.S.2 esperem o regresso de mais hits a este blog, asseguro-vos que não ficarão desiludidos

Esperança

O que é que aconteceu à esperança? Ultimamente tenho dado conta que ela anda fugida do coração das pessoas; qualquer esperança de que as coisás más melhorem, e de que as coisas que parecem perdidas possam ser descobertas, é encarada como se fosse uma coisa ridícula e mesmo descabida, como se ter esperança não tivesse qualquer sentido...É óbvio que não me refiro aos pequenos pessimismos individuais (os trabalhos que sabemos que vão correr mal, os exames a que vamos chumbar, etc.), embora deva haver sempre uma restiazinha de esperança, pelo menos encoberta pelo aparente fatalismo que nos inunda os pensamentos. Mesmo nas coisas mais pequenas, a possibilidade de ocorrer uma coisa diferente que não o terrível que aparentemente vai surgir é descartada à partida, e temo bem que muita gente já se tenha esquecido de que a esperança existe e deve ser tratada como um tesouro, como um bem que todos deviam ter o orgulho de exibir. Se se pensar bem, quantas vezes não foi a esperança a responsável por respirarmos levemente por entre o ar pesado em redor, por nos moldar um sorriso sincero por entre uma multidão de tristeza, tentando abarcar nesse abraço esperançoso quem sofre?
Realmente é algo que me parece que as pessoas estão a perder e a descurar. Perante as múltiplas adversidades que hoje em dia se atropelam por nos invadir a vida, quanto não vale um respirar fundo e um sorriso causado pelas coisas boas, por muito simples que sejam, e pela esperança de que melhores dias virão? Ou será que as pessoas simplesmente têm vergonha de mostrar e inundar quem as rodeia com a sua esperança, julgando que é inoportuno? Não sei...se calhar até estou enganado, e ficarei muito feliz se me mostrarem que o estou, mas até lá continuo com esperança de que a esperança ressuscite nos corações e olhares das pessoas. Tentarei continuar a aquecer a vida com um sorriso e gargalhadas e o coração cheio de esperança, aproveitando até ao mais ínfimo pormenor, tudo o que de bom nos rodeia. Sempre esperançado que consiga contagiar alguém...
Abraços grandes

sábado, novembro 06, 2004

Revoluções

Hoje em dia cada vez mais, me sinto frequentemente inundado por uma vontade e ânsia enorme e emergente de mudar o mundo, e impedir quem nos faz mal. De cada vez que ouço as notícias, sou bombardeado por decisões ridículas e acontecimentos a nível nacional e mundial que parecem ter como único e explícito objectivo acabar com toda e qualquer qualidade de vida, por muito baixa que ela seja já, e pôr fim a toda e qualquer esperança de melhoras e bem-estar das pessoas. Correndo o risco de entrar em politiquices, cada vez mais sou confrontado com situações em que o respeito e o zelo pelas pessoas, em particular das que mais precisam, são postos completamente de parte, e, mesmo, penso eu, considerados como algo a repudiar e a evitar, para sim se contemplarem em pleno os interesses de quem na realidade não precisa de nada, uma vez que já tem tudo. Mas, tentando evitar em pormenores, sinto-me cada vez mais impelido a dar voz às minhas preocupações, e tentando, de alguma forma, incutir algum juízo e respeito pelos outros na cabeça de quem não tem nem uma coisa nem outra. Anseio por um certo poder que me permitisse fazer-me ouvir e conseguir impedir que tudo se desmorone, como parece ser por vezes a consequência de determinadas situações.
Por isso, tentando fugir um pouco a esta inquietude, e vontade até de uma certa revolução, evito por vezes ver essas notícias, mas o inevitável acontece e algo acaba por me chegar aos ouvidos, despertando o bicho que, na realidade nunca chega bem a adormecer.
Mas, apesar de todo este pensamento nas injustiças que nos rodeiam, tento ao máximo gozar a vida, que é o mais importante, e nunca perder a esperança de quem um dia chegue em que o que parece improvável agora aconteça. No entanto, fica sempre a dorzinha da consciência que tenho de que eu não sou ninguém, e nunca vou conseguir mudar o mundo, ou sequer contribuir para isso. Mas a vontade continua, mais forte do que nunca, mas a alegria de viver também, ajudada por saber que há pessoas como eu, e que há pessoas que mesmo vítimas injustas conseguem encontrar a força, a esperança e a alegria de viver, que me fazem sentir feliz por estar vivo, e nutrir o maior respeito pela vida. Respeito esse que vou manter hoje e sempre.
Abrações Grandões

Amor

Pois é...eis que me prosto aqui a escrever sobre um tema que suscita logo lamechices. Mas não sei até que ponto o que escrevo pode ser encarado como tal. No que eu me proponho pensar é na razão por detrás da vergonha e aparente inadequação do uso da palavra Amor em determinadas situações. Cada vez mais me apercebo que dizer Amo-te se está meramente a restringir à privacidade de um casalinho, e aos poucos vão sendo ignorados todos os outros sentidos em que se poderá dizer tal coisa a uma pessoa. Falo obviamente nos amigos e nas famílias. Não sei se é apenas impressão minha mas a dimensão tão grande dessa palavra, tudo aquilo que ela abrange se está a reduzir cada vez mais. Quantas vezes se diz Amo-te a um amigo ou amiga? Quantas vezes se diz Amo-te às mães, pais, avôs, avós, etc.? É óbvio que toda a força do sentimento que une duas pessoas que pretendem dedicar a vida uma à outra, não deve de maneira alguma passar despercebido, mas não é verdade que o sentimento que nos une aos nossos entes mais queridos, nomeadamente família e amigos, tem a mesma força e o mesmo poder que o anterior? Obviamente não são bem iguais, mas para mim, como aprendi a percepcionar o Amor, cabem ambos com igual direito nesta designação. Porventura poderão achar que deveriam haver designações diferentes, mas também para quê? As grandes diferenças entre os vários tipos de Amor não são para serem expressas em palavras, mas sim nos actos e nas pequenas coisas que caracterizam as relações. E por vezes por muito que eu queira transmitir todo o Amor que eu sinto pelas pessoas que me compõem e me completam a vida, recuo por medo de parecer ridículo e soar mal aos ouvidos das pessoas. Mas porquê, se tantas vezes o que as pessoas que nós Amamos precisam é de ouvir isso das nossas bocas? E tantas vezes não precisamos nós de lhes dizer? Por isso, como dizê-lo é mais difícil que escrevê-lo, torno a cair no sentimentalismo e torno a dizer à minha família e aos meus amigos todos que os AMO e que eu nada seria sem eles.
Provavelmente pensam que me repito no que toca a esse assunto, mas, desculpem-me os leitores, porque hei-de de me coibir de dizer vezes sem conta às pessoas da minha vida o que elas significam para mim, se parte do que me faz feliz é partilhar os meus sentimentos com quem permite e constrói essa minha felicidade?
O Amor é tudo o que nos rodeia, porquê ter vergonha de o demonstrar e dizer, hoje e sempre. Amem a vida, independentemente do sofrimento e dor, porque afinal, o que seria a vida sem Amor?
Abraços Grandes